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segunda-feira, 25 de outubro de 2010

Mesa Redonda: "A Participação do Biólogos nas Organizações Governamentais e Não-Governamentais em Lábrea

No dia 07 de outubro de 2010, reunimos no Centro de Estudos Superiores de Lábrea com representantes de órgãos governamentais e não-governamentais para debatermos acerca da função do biólogo nestas organizações. Estiveram presentes o Sr. Marcelo Franco, sociólogo, representando o Instituto Internacional de Educação do Brasil (IEB); o Sr. Gustavo Silveira, cientista social e o Sr. Marcelino Dantas, biólogo representando a Operação Amazônia Nativa (OPAN); o Sr. Sebastião Braga representando o a Associação dos Madereiros e Moveleiros de Lábrea; o Sr Isaac da Silva Albuquerque representando a Fundação Nacional do Índio (FUNAI) e Sra. Dinah Camara Fernandes de Souza Juíza de Direito Titular da Comarca de Lábrea.
De acordo com o Marcelo, o IEB tem como objetivo, de mediar às relações entre instituições e associações que não se interagem de forma igualitária, ouvindo, falando e buscando novas soluções para os problemas encontrados. Os representantes da OPAN enfatizaram que sua instituição é uma organização não-governamental e tem como objetivo da melhoria da conservação, fortalecimento e organização das terras indígenas, dentre as principais dificuldades destaca-se a falta de fiscalização por parte dos órgãos responsáveis.
O Sr. Sebastião Braga falou sobre a cultura de subsistência das comunidades tradicionais do município, ratificou os problemas ocorridos com agentes do ICMBio e o impasse entre os dois órgãos. Segundo ele, a Reserva Extrativista do Rio Ituxi, é um problema para o município, pois impede a produção pesqueira e extrativa do município, onde a verdadeira problemática está no sul do município.
O representante da FUNAI, falou sobre o objetivo da fundação, expôs há necessidade de realizar novas estratégias que possam reter o êxodo dos indígenas para a cidade, com esse fluxo as singularidades culturais estão sendo perdidas, pois o processo de aculturação está sendo intensificado pelas atividades realizadas com indígenas nas cidades (cursos superiores, reuniões, atividades, etc)
Por fim, a Dra Dinah Câmara encerra a fala da mesa, esclarecendo que não compete à juíza estadual fiscalizar as ações errôneas dos órgãos federais, é praticamente impossível realizar uma ação profunda, pois, o excesso de trabalho (processos) impede de efetivar um trabalho na área ambiental. Assim, encerramos as atividades do dia, mais esclarecidos de nossa função dentro as instituições que atuam no município.

domingo, 24 de outubro de 2010

O método científico - Dedução e indução das variáveis de observação no ensino de ciências e biologia

Por: Carina Raquel Borges Caldas Ferraz
“A ciência é muito mais uma maneira de pensar do que um corpo de conhecimentos.” (Carl Sagan)

“... ciência consiste em agrupar fatos para que leis gerais ou conclusões possam ser tiradas deles.” (Charles Darwin)

         Desde a sua origem, o homem sempre procurou obter conhecimento sobre os objetos que o cercam, principalmente conhecimento sobre os fenômenos naturais e o ambiente em sua volta. Esse conhecimento primitivo é motivado por algo externo à atividade cognitiva propriamente dita: a necessidade de controle dos fenômenos naturais, com vistas à própria sobrevivência biológica.

          A palavra método vem do grego méthodos, (caminho para chegar a um fim). O método científico é um conjunto de regras básicas para desenvolver uma experiência a fim de produzir novo conhecimento, bem como corrigir e integrar conhecimentos pré-existentes. Na maioria das disciplinas científicas consiste em juntar evidências observáveis, empíricas (ou seja, baseadas apenas na experiência) e mensuráveis e as analisar com o uso da lógica. (WIKIPÉDIA)

          É comum hoje em dia o uso do método científico em várias disciplinas na construção de conhecimento, principalmente nas disciplinas de ciências, biologia, física, química e matemática. Não é novidade falar sobre a utilização de um método para construção de conhecimentos no âmbito escolar. Durante muito tempo, os professores dedicados ao ensino de ciências tomaram, para suas práticas de ensino, as contribuições provenientes de procedimentos que orientavam os cientistas no desenvolvimento de suas pesquisas. Embora nem sempre de modo feliz, em alguns casos, tais procedimentos de pesquisa, pareciam tão eficazes que não se via razão pela qual também não se aplicasse nas práticas escolares. Obviamente foram esses procedimentos ditos científicos que atuaram como legitimadores de uma certa forma de se ensinar ciências. (MARSULO E SILVA, 2005)

           Por trás de qualquer proposta didática de metodologias preocupada com a construção do conhecimento há concepções e idéias mais ou menos formalizadas e explicitadas em relação aos processos de ensinar e aprender. Tais processos encontram-se alicerçados numa concepção de mundo e de ciência, na qual são incorporadas as dimensões teórico-conceituais articuladoras das práticas e das teorias, bem como as metodologias específicas e os procedimentos que se fazem necessários à construção dos conhecimentos. (MARSULO E SILVA, 2005)

           Quanto à metodologia como via de acesso à ciência pressupõe-se a construção de um método a fim de atingir um objetivo, uma meta, conduzindo à busca do conhecimento. No método, se articulam teorias e práticas. "É ele um sumário delas, momento de explicitação dos processos de concepção e condução de determinada prática social". (MARQUES, 1996)

           Hoje, os cientistas e os filósofos preferem falar numa diversidade de métodos, que são determinados pelo tipo de objeto a investigar e pela classe de proposições a descobrir. Considerando esse grande número de métodos, torna-se conveniente classificá-los. Os métodos podem ser classificados em dois grupos: os dos que proporcionam as bases lógicas da investigação científica e o dos que esclarecem acerca de procedimentos técnicos que poderão ser utilizados. Podemos incluir nesse grupo os métodos indutivos e dedutivos.

           O método dedutivo é um método que parte do geral, e desce para o particular. Parte de princípios reconhecidos como verdadeiros e indiscutíveis e possibilita chegar a conclusões de maneira puramente formal, em virtude de apenas uma lógica. É o método proposto pelos racionalistas, segundo os quais a razão é capaz de levar ao conhecimento verdadeiro, que decorre de princípios a priori evidentes e irrecusáveis.

            O seu carro chefe é o silogismo, que consiste numa construção lógica que, a partir de duas preposições chamadas premissas, retiram uma terceira, nelas logicamente implicadas, denominadas de conclusão.

             Uma fez levantada a hipótese, os cientistas fazem uma dedução: prevêem o que poderia acontecer se sua hipótese for verdadeira. Essa dedução é testada mediante novas observações ou experimentações. Isso permite tirar conclusões a respeito das deduções. Se confirmadas, elas são aceitas. Se não confirmadas, são rejeitas e novas deduções são formuladas para serem testadas. É importante esclarecer que, ao se realizarem as experimentações, deve-se trabalhar sempre com um grupo experimental (o grupo em que se promove uma alteração a ser testada, deixando todas as demais condições sem alteração) e um grupo de controle (submetido às condições sem nenhuma alteração). Assim, pode-se testar um fator por vez. Se uma hipótese for confirmada por grande número de experimentações, então ela pode se tornar uma teoria.

            O método dedutivo é muito importante para disciplinas como matemática, física e química, pois possibilita na teoria a realização de experiências impossíveis na prática. Podem-se criar experimentos que na prática são inviáveis tecnicamente ou economicamente. Na engenharia, por exemplo, podem-se criar modelos de estruturas e submetê-las a todo tipo de provas para testar a reação da estrutura que é teórica. Na física a dedução é utilizada para criar leis como a Lei da gravitação universal, que estabelece que “matéria atrai matéria na razão proporcional às massas e ao quadrado da distância”, onde podem ser deduzidas infinitas conclusões, das quais seria muito difícil duvidar. Na Economia têm sido formuladas leis gerais, como leis da oferta e da procura e a lei de rendimentos crescentes.

          Já o método indutivo procede inversamente ao dedutivo, parte do particular e coloca a generalização como um produto posterior do trabalho de coleta de dados particulares. De acordo com o pensamento indutivo, a generalização é constatada na observação de casos concretos suficientemente confirmadores dessa realidade. Constitui o método proposto pelos empiristas, para os quais o conhecimento é fundamental exclusivamente na experiência, sem levar em consideração os princípios estabelecidos.

          O método indutivo é realizado em três etapas: observação dos fenômenos; descoberta da relação entre eles e generalização da relação. As conclusões obtidas por meio da indução correspondem a uma verdade não obtida nas premissas consideradas. A hipótese é baseada em observações para atingir o conhecimento científico. (CHIBENI, 2006)

          Na verdade, não há um método científico específico como uma receita universal para se fazer ciência. O escopo da ciência é tão amplo e diversificado que, mesmo sem muita pesquisa filosófica, já é de se desconfiar que é quimérica a idéia de um procedimento único, aplicável a todas as áreas. Além disso, está claro para os especialistas que mesmo em domínios mais restritos a investigação científica não é amoldável a nenhum procedimento fixo e explicitável em termos de regras de aplicação automática (CHIBENI, 2006). Os dois métodos têm finalidades diversas. O que irá definir o tipo de método que deverá ser usado é o objeto que será investigado e as proposições que irá ser descobertas.

Referências Bibliográficas

CETEB. Iniciação científica em Ciências e Biologia para os alunos do Ensino Fundamental e Médio. Brasília, 2009.
MARSULO, M. A. G. e SILVA, R. M. G. Os métodos científicos como possibilidade de construção de Conhecimentos no ensino de ciências. Revista Electrónica de Enseñanza de las Ciencias Vol. 4 Nº 3. Universidade Federal de Uberlândia. Minas Gerais, 2005
WIKIPÉDIA. Método científico. Disponível em: < http://pt.wikipedia.org/wiki/M%C3%A9todo_cient%C3%ADfico> Acesso em 19 de maio de 2009.
CHIBENI, S. S. Algumas observações sobre o método científico. Departamento de Filosofia – Unicamp. São Paulo, 2006. Disponível em: <www.unicamp.br/~chibeni/texdid/metodocientifico.pdf> Acesso em 19 de maio de 2009.

Filosofia e Ciência Biológica: Onde começa uma e termina outra


Flávio S. Nunes, 
disponível em: http://excessivamentehumano.blogspot.com/2010/09/filosofia-e-ciencia-biologica.html

RESUMO

Como toda ciência, a biologia também surgiu do pensamento de alguns filósofos ao longo dos séculos. A filosofia possui dificuldades em ser chamada ciência, pois considera-se uma disciplina que faz uso de um ponto de vista totalitario e universal, enquanto uma ciência lança seu olhar sobre um ramo específico do saber, que no caso da biologia seriam os seres viventes, animais, plantas, etc. Pode-se filosofar sem ciência, contudo não se pode fazer ciência sem um conhecimento, ao menos básico, sobre filosofia.

O grande desafio de hoje para a ciência biológica é o desenvolvimento de um pensamento estruturalista, sem perder sua identidade científica. O papel da ciência para o estruturalismo é o de identificar, explicitar e descrever suas estruturas, regras e princípios constitutivos.

O pensamento pós-moderno possui o desafio de desenvolver uma ciência ampla e nao-linear, mais próxima das artes do que da “ciência” propriamente dita, não se prendendo mais em um saber ou um ponto de vista privilegiado, mas como uma pratica discursiva, uma forma de reflexao que exprima o entendimento de nossa época.

NASCIMENTO DA CIÊNCIA BIOLÓGICA

Dizemos que quando o homem perguntou pela primeira vez o porque de algo no mundo, deu-se inicio a ciência. Depois disso, o homem começou a questionar seus conhecimentos. Tudo que o cercava fora submetido (e ainda o é) à análise. Mais profundamente, começou a buscar aquilo que para ele seria a essência da vida, a causa primeira e mais importante na natureza e de si mesmo.

Dizemos que o mundo científico é aquele que, ao descobrir o ser das coisas, secundariamente procura descobrir a essência que as coisas tem. Para o agricultor, uma árvore é uma coisa que maneja, com a qual trabalha, com a qual convive. Mas para o biólogo ela represente algo muito maior, pois este conhece sua essência. Portanto o mundo da ciência é aquele mundo de essências descobertas depois que as coisas se tornaram problemas. Por exemplo, do ponto de vista da fisica, este mundo, o mundo de que falamos, o mundo das coisas reais, temporais e causais, nao é mais do que um sistema de números métricos; fórmulas matemáticas que expressam medidas e relações entre medidas. Nem mais, nem menos.

É preciso convencer-se que a filosofia não é ciência. A filosofia é uma disciplina tão rigorosa, tão estritamente rigorosa e difícil como a ciência; porém não é ciência, porque entre ambas há muita diferença de proposito e de método, e entre outras diferenças existe esta: Cada ciência tem um objetivo delimitado, enquanto que a filosofia se ocupa de qualquer objeto em geral. O fato de descobrir uma nova estrela no céu ou de expor uma nova lei universal, não justifica, ou legitima, que um cientista de toda a vida, por exemplo um biólogo, físico, matemático, etc; ponha-se de repente, sem exercitação previa, a fazer fiolosofia.

O professor Manoel Garcia Morente, em seu livro “Fundamentos de Filosofia: Lições preliminares” publicado em 1966, é enfatico ao dizer que o nascimento da ciência biológica, separada da filosofia, dá-se quando lançamos nosso olhar e nos dispomos a estudar os seres viventes, animais e plantas, separado do resto das coisas que podem lhe classificar como um todo. Uma ciência deixa a filosofia quando renuncia a considerar seu objeto de um ponto de vista universal e totalitário.


O SURGIMENTO DA CIÊNCIA COMO A CONHECEMOS

Um dos pilares da ciência na antiguidade foi Aristoteles. Ele foi o mais importante discípulo de Platãoo e o responsável pelo ponto mais alto da filosofia Grega. Aristoteles é natural de Estagira, na península Calcidica, e viveu entre os anos 384 – 322 a.C. Ele escreveu sobre quase todos os campos do saber humano da época, deixando muito material escrito. Entre eles temos os escritos sobre o mundo físico, onde descreve o mundo natural, palpável. Um dos seus mais importantes discípulos e contribuidores foi Alexandre Magno, este ao conquistar novos “mundos” enviava a seu mestre algumas amostras de plantas e animais, para que pudesse estudá-los e registrar o máximo de informação possível sobre espécimes, até aquele momento, completamente novas.

Para Aristoteles a ciência consiste na consciência suficiente que temos para explicar completamente o objeto considerando-o do ponto de vista que se é analisado (Matemático, biológico, etc) e tal consciência é comprovada quando não podemos separa o objeto de sua causa.
Na Europa Ocidental, a partir do final do Séc. XII, começa o interesse pelas ciências naturais com a re-introduçao da obra de Aristoteles e de seus intérpretes árabes. Embora a revolução científica moderna inspire-se muito em Platão, pela valorizaçao da matemática na explicação do cosmo, e nos pitagóricos, que já teriam antecipado o modelo heliocêntrico proposto por Copérnico (segundo ele próprio admite), Aristoteles é o responsável pela ênfase na pesquisa experimental e na importância da investigação da natureza.

Uma das principais transformações do ponto de vista da metodologia científica está precisamente na inversão da ordem de prioridades, onde temos a rejeição da verificação de uma hipótese com um argumento conclusivo para sua aceitação, argumentando que a verificação, por definição limitada e imperfeita, não pode suplantar os princípios metafísicos estabelecidos racionalmente, nem tampouco as verdades universais e necessárias deduzidas logicamente. Segundo essa visão, é mais importante salvar a fisica aristotélica -, e portanto seu sistema como um todo, sua unidade e coerência interna -, do que salvar os fenômenos.

A ciência moderna surge quando se torna mais importante salvar os fenômenos e quando a observação, a experimentação e a verficação de hipóteses tornam-se critérios decisivos, suplantando o argumento metafísico. Trata-se, no entanto, como quase sempre na história das idéias, de um longo processo de transição, muito mais do que de uma ruptura radical.

Podemos considerar que são fundamentalmente duas as grandes transformações que levaram à revolução científica. A primeira é do ponto de vista da Cosmologia, com a demonstração da validade do modelo heliocêntrico, empreendida por Galileu; a formulação da noção de um universo infinito, que se inicia com Nicolau de Cusa e Giordano Bruno; e a concepção do movimento dos corpos celestes, principalmente da Terra, em decorrência do modelo heliocêntrico. O segundo dá-se do ponto de vista da idéia da ciência, a valorização da observação e do método experimental, isto é, uma ciência ativa, que se opoe à ciência contemplativa dos antigos; e a utilização da matemática como linguagem da fisica, proposta por Galileu sob inspiração platônica e pitagórica e contrária à concepção aristotélica. A ciência ativa moderna rompe com a separação antiga entre a ciência (episteme), o saber teórico, e a técnica (téchne), o saber aplicado, integrando ciência e técnica e fazendo com que problemas práticos no campo da técnica levem a desenvolvimentos científicos, bem como com que hipóteses teóricas sejam testadas na prática, a partir de sua aplicação na técnica. A revolução científica moderna resulta portanto da conjugação desses fatores, para o que contribuiram diferentes pensadores ao longo dos séculos XV a XVII.

No século XVII, Francis Bacon propõe um modelo para a nova ciência. Segundo Bacon, o homem deve despir-se de seus preconceitos, tornando-se “uma criança diante da natureza”. Só assim alcançará o verdadeiro saber. O novo método científico é a indução, que, com base em observações, permite o conhecimento do funcionamento da natureza e, observando a regularidade entre os fenômenos e estabelecendo relações entre eles, permite formular leis científicas que são generalizações indutivas. É desse modo que a ciência pode progredir e o conhecimento, crescer de forma controlada e portanto segura. “Saber é poder”, dizia Bacon, pois, ao conhecer as leis que explicam o funcionamento da natureza, podemos fazer previsões e tentar controlar os fenômenos de modo que nos seja proveitoso. O método indutivo usado por Bacon é diferente daquele formulado por Aristoteles e usado por muitos depois dele. Esse método seria o oposto do indutivo, conhecido como metodo dedutivo. Segundo Aristoteles o método dedutivo é a forma de argumentação típica da ciência, que dá-se através da demonstração, isto é, a dedução de alguns princípios gerais a partir de coisas menores.

Outro que deu um grande contributo à ciência moderna foi Hume. Para ele todo nosso conhecimento provém de impressões sensíveis e da reflexão sobre nossas idéias, se essas impressões e idéias são assim sempre variáveis, se a causalidade e a identidade do eu resultam apenas de regularidade, repetição, costume e hábito, então, em conseqüência, jamais temos um conhecimento certo e definitivo; toda a ciência é apenas resultado da indução, e o único critério de certeza que podemos ter é a probabilidade. Hume foi um dos filósofos que mais influenciou, em suas origens, a concepção de uma ciência hipotética e probabilística, posição que veio a ser predominante contemporaneamente.

A segunda grande revolução científica foi a chamada Revolução Darwiniana, resultado da obra do naturalista Charles Darwin, A Origem das Espécies Pela Selação Natural, publicada em 1859, onde se formula sua famosa teoria da evolução, ou, mais apropriadamente, da transformação das espécies pela selação natural.

Em seu livro Darwin fala sobre suas conclusões ao longo de longos anos de estudos com diversas espécies de animais coletados em várias partes do mundo, inclusive no Brasil. Mais uma vez na história humana alguém conseguiu descentralizar o conhecimento e visão que se tinha do mundo, o ser humano passava a ser mais uma espécie dentre todas as outras existentes e isso tirava o seu posto de “preferido” por Deus e o colocava no mesmo nível de pássaros, jabutis, lagartos, etc. Pode-se imaginar quantas críticas Darwin recebeu ao publicar seu livro, contudo junto com as críticas surgiu uma nova visão do mundo e consequentemente, uma nova maneira dos seres humanos verem a si mesmos e o papel da religião em suas vidas.

Um acontecimento importante no seculo XX, foi o chamado “O Circulo de Viena”. Este consistiu num grupo de filosofos e cientistas que se reuniram regularmente em Viena sob a liderança de Moritz Schlick (1882 – 1936), Otto Neurath (1882 – 1945) e Rudolph Carnap (1891 – 1970), com o objetivo de desenvolver um projeto de fundamentação das teorias científicas em uma linguagem lógica, e de discutir questões filosóficas através de analise lógica rigorosa que levasse à solução, à dissolução das questões científicas/filosóficas tal como formuladas tradicionalmente. Seu propósito era fundamentar na lógica uma ciência empírico-formal da natureza e empregar métodos lógicos e rigor científico no tratamento de questões que envolviam ética, filosofia da psicologia, ciências sociais, etc. A física, enquanto ciência empírico-formal, forneceria o paradigma da cientificidade para todas as formulações teóricas que se pretendessem científicas, formulando em uma linguagem lógica, rigorosa e precisa verdades objetivas sobre a realidade. Uma teoria deveria consistir assim e principios estabelecidos pela lógica, de caráter analítico, ou seja, verdadeiros em função de sua própria forma lógica e de seu significado; e em hipóteses científicas, a serem verificadas através de um método empírico.

O principal herdeiro do positivismo lógico, embora numa perspectiva bastante crítica, foi o austríaco radicado na Inglaterra Karl Popper (1902 – 1994), um dos mais influentes filósofos da ciência da segunda metade do sec. XX. Procurando escapar dos impasses gerados pela adoção do princípio de verificação e pela exigência do estabelecimento conclusivo da verdade das proposições fundamentais, Popper formulou, em suas obras, uma inversão desse princípio, através de seu Princípio de Falsificabilidade. Portanto, de acordo com o assim chamado racionalismo crítico de Popper, uma teoria cientifica é válida na medida em que suas proposições podem ser empiricamente falsificáveis através de experimentos, testes, observações, etc; o que permite que se “auto-corrijam” e se desenvolvam em direção a um ideal de verdade objetiva, no entanto jamais atingindo de modo conclusivo, evitando o seu fechamento em posições dogmáticas. A ciência não deve, portanto, visar à formulação de teses irrefutáveis, já que não há critério de verdade definitiva, mas sim adotar hipóteses falsificáveis.


A CIÊNCIA DE HOJE


Hoje estamos vivendo algo que chamamos Estruturalismo. Este nova visão da ciência se define por tomar a noção de estrutura como central em seu desenvolvimento teórico e metodológico. Uma estrutura é um sistema, um conjunto de relações definidas por regras, um todo organizado segundo princípios básicos, de tal forma que os elementos que constituem este todo só podem ser entendidos como partes do todo, a partir das relações em que se encontram com os outros elementos que compõem o todo. Nesse sentido, o todo é sempre mais do que a simples soma de suas partes, ja que a estrutura é constitutiva do todo, isto é o que lhe da unidade. O estruturalismo caracteriza-se como um método de análise de relações de significação através da investigação das régras e princípios que constituem uma estrutura ou um sistema. Desse ponto de vista, ocorre um rompimento com o subjetivismo e com a filosofia da consciência de mundo do inicio da modernidade, bem como com uma epistemologia voltada para fundamentação da possibilidade do conhecimento científico. As estruturas que analisam são autônomas, objetivas, independentes do pensamento ou da mente dos indivíduos, sendo constitutivas da realidade em seus diferentes domínios, biológico, físico, cultural, lingüístico. O papel da ciência para o estruturalismo passa a ser então identificar, explicitar e descrever essas estruturas e suas regras e princípios constitutivos.

O pensamento pós-moderno não se caracteriza como uma corrente ou doutrina nem possui propriamente uma unidade teórica, metodológica, ou sistemática, já que em parte visa romper exatamente com isso. Na verdade, o ponto comum entre esses autores parece ser mais a necessidade de encontrar novos rumos para o pensamento, concebendo a filosofia, a ciência biológica e as demais ciências, de forma ampla e não-linear, mais próxima das artes do que da “ciência” propriamente dita, não se pretendendo mais como um saber ou um ponto de vista privilegiado, mas como uma pratica discursiva, uma forma de reflexão, um entendimento de nossa época e de nossa experiência que de conta de suas rápidas transformações, de sua especificidade e de sua complexidade.


REFERÊNCIAS


JASPERS, K. Introdução ao Pensamento Filosófico. São Paulo: Cultrix, 2006.

MARCONDES, DANILO. Iniciação à História da Filosofia: dos pré-socráticos a Wittgenstein – 11° ed. Rev. e. Ampliada. – Rio de Janeiro: Jorge Zahar Ed., 2007.

MORENTE, MANUEL GARCIA. Fundamentos de Filosofia: Lições preliminares. São Paulo: Ed. Mestre Jou, 1966.

SANTINELLO, G.; PIERETTI, A. & CAPECCI, A. I Problemi Della Filosofia: La filosofia nei rapporti con le scienze e la cultura – 1 nel mondo antico e medievale. Roma: Ed. Città Nuova, 1980.

Áreas de Atuação do Biólogo

- Anatomia - Estuda as estruturas internas e externas do corpo humano e as formas de organização das células, tecidos, órgãos e sistemas.
- Botânica - É destinada a estudar as plantas e algas, abrangendo o crescimento, o desenvolvimento, a reprodução, o metabolismo e a evolução desses vegetais, além de estudar também as doenças que os atingem.
- Micologia - É a ciência que estuda os fungos. Os micólogos (micologistas ou micetologistas) pesquisam taxonomia, sistemática, morfologia, fisiologia, bioquímica, utilidades, e os efeitos benéficos e maléficos das espécies de fungos.
- Fisiologia - Ramo que estuda os processos físicos e bioquímicos resultantes do funcionamento do corpo humano.
- Embriologia - É responsável por estudar tudo que se refere à formação dos órgãos e sistemas complexos dos animais.
- Genética - É a ciência dos genes, da hereditariedade e da variação dos organismos. Ramo da biologia que estuda a forma como se transmitem as características biológicas de geração para geração.
- Histologia - Analisa tudo que se refere aos tecidos biológicos (formação, estrutura e função).
- Ecologia - Estuda as relações existentes entre os seres vivos e o meio ambiente, assim como as relações estabelecidas entre um ser vivo e outro.
- Biologia Evolutiva - Estuda o processo de mudança das características dos seres vivos ao longo do tempo.
- Citologia - Analisa as células dos seres vivos, assim como suas formas de organização, funções, estruturas e importância para os mesmos.
- Filogenia - Ramo da Biologia dedicado ao estudo das relações de parentesco entre os organismos.
- Herpetologia - Ramo da biologia dedicado ao estudo dos répteis e anfíbios.
- Ficologia - Ramo da Biologia dedicado ao estudo das algas.
- Microbiologia - Estuda os microorganismos (bactérias e vírus).
- Mastozoologia - Ramo da Biologia dedicado ao estudo dos mamíferos.
- Etologia - Ramo da Biologia dedicado ao estudo do comportamento animal.
- Biologia molecular - Ramo da Biologia dedicado ao estudo da vida, em nível molecular.
- Biologia celular - Ramo da Biologia dedicado ao estudo das propriedades fisiológicas das células em nível microscópico e celular.
- Biologia do desenvolvimento - Ramo da Biologia dedicado ao estudo do processo que envolve o crescimento e o desenvolvimento dos organismos.
- Ictiologia - Ramo da Biologia dedicado ao estudo dos peixes.
- Sistemática - Ramo da Biologia dedicado ao estudo da biodiversidade, sua descrição e análise de relações de parentesco.
- Paleontologia - Investiga a vida dos seres vivos de épocas remotas, assim como seus registros (fósseis).
- Biofísica - É uma ciência interdisciplinar que aplica as teorias e os métodos da física para resolver questões de biologia.
- Bioquímica - É uma ciência que estuda principalmente a química dos processos biológicos que ocorrem em todos os seres vivos.
- Ensino - Dar aulas para Ensino Fundamental e Ensino Médio.
- Epizootia - Estuda as doenças vindas de animais.
- Ornitologia - Ramo da Biologia dedicado ao estudo das aves.
- Protistologia - Destinada ao estudo dos protistas uni e pluricelulares, assim como suas formas de organização.
- Parasitologia - É a ciência que estuda os parasitas, os seus hospedeiros e relações entre eles.
- Farmacologia - É a ciência que estuda como as substâncias químicas reagem com os organismos vivos.
- Zoologia - Ramo da Biologia dedicado ao estudo dos animais.

Disponível em: http://biologia-desvendandoavida.blogspot.com/

Uma Breve História da Biologia

           Na Antigüidade, as pessoas não tinham idéia de como as coisas vivas funcionavam. As primeiras pesquisas em biologia se iniciaram a olho nu. Vários livros, escritos por volta de 4000 a.C. (atribuídos a Hipócrates, o "pai da Medicina") descrevem sintomas de algumas doenças comuns, e atribuem suas causas à dieta, ou a outros problemas físicos, e não à obra divina. Apesar disso, pouco se conhecia sobre a composição dos seres vivos. Acreditava-se, então, que a matéria era composta por quatro elementos (fogo, terra, ar e água), e os corpos vivos, em geral, de quatro "humores": sangue, bile amarela, bile preta e flegma. As doenças em geral teriam origem no excesso de algum desses componentes.
           Aristóteles, na Grécia, não foi somente um grande filósofo, mas também um grande biólogo, ao compreender que o conhecimento da natureza requeria observação sistemática. Desse modo, ele reconheceu um volume espantoso de ordem no mundo vivo, agrupando os animais em duas categorias gerais (com sangue e sem sangue), que correspondem por pouco às classificaçõs atuais de vertebrados e invertebrados. Mesmo sem contar com instrumentos em suas observaçõs, grande parte de seu raciocínio permanece válido até hoje.
           Já Galeno, romano do século II d.C. percebeu que somente a observação cuidadosa das partes externa e interna (esta, por dissecção) de plantas e animais não seria o bastante para compreender a biologia. Ele se esforçou, por exemplo, para compreender a função dos órgãos dos animais. Mesmo sabendo que o coração bombeava sangue, Galeno não podia descobrir, só observando, que o sangue circulava e voltava ao coração. Ele então supôs que o sangue era bombeado para "irrigar" os tecidos e que novo sangue era produzido de maneira ininterrupta para reabastecer o coração. Essa idéia errônea foi ensinada por quase 1500 anos.
           Somente no século XVII que William Harvey, inglês, apresentou a teoria de que o sangue flui sem cessar em uma direção, fazendo um circuito completo, e voltando para o coração. Ele calculou que, se o coração bombeia 60g de sangue por batida, a 72 batidas por minuto, em uma única hora, ele teria bombeado 240kg de sangue, ou seja, 3 vezes o peso de um homem! Já que fabricar tanto sangue em tempo tão curto seria impossível, o sangue teria que ser reutilizado. Esse raciocínio lógico, auxiliado pelos algarismos indo-arábicos, em apoio a uma atividade não observável não tinha precedentes.
            O ritmo da investigação científica se acelerou na Idade Média. Muitas plantas foram descritas pelos primeiros botânicos (Bunfels, Bock, Fuchs e Valerius Cordus). Lineu ampliou o trabalho de Arist´teles, criando as categorias de classe, ordem, gênero e espécie. Uma idéia de origem comum da vida passou a ser discutida a partir de semelhanças entre os diferentes ramos da vida.
Apesar do progresso rápido, a biologia estacionou quando o olho humano já não era mais suficiente. Só no século XVII é que lentes foram reunidas em um tubo, formando o primeiro microscópio. Começava a descoberta de um novo mundo, derrubando conceitos tradicionais sobre a vida.
           A teoria celular foi então formulada em princípios do século XIX, por Matthias Schleiden e Theodor Schwann. Estes concluíram que as células constituem todo o corpo de animais e plantas, e que, de certa maneira, elas são unidades individuais com vida própria. Isso ocorreu na mesma época das viagens de Darwin e da publicação de "A origem das espécies". Mesmo sem conhecer a célula, Darwin conseguiu extrair sentido de grande parte da biologia em nível acima da célula. Ele não criou a teoria da evolução, mas a defendeu sistematicamente, e ainda formulou a maneira como ela funciona - através de seleção natural atuando sobre variações.
          Mesmo com a teoria celular, por razões físicas, o microscópio óptico não permitia a visualização de detalhes da estrutura da célula. Com a descoberta do életron em fins do século XIX e do microscópio eletrônico décadas depois, novas estruturas subcelulares foram descobertas, como o orifícios do núcleo, ou a membrana dupla das mitocôndrias.
          Experiências em laboratório começam a desvendar alguns mistérios: a síntese de uréia (resíduo biológico) a partir de cianato de amônio (não-biológico) em 1828 por Wölher; a cristalização da hemoglobina por Hoppe-Seyler; a descoberta de que as proteínas são constituídas por aminoácidos. Este último fato chamou a atenção, e uma nova técnica - a cristalografia de raios X - foi criada para estudar a estrutura protéica. 
          Em 1958, Kendrew determinou a estrutura da mioglobina (uma proteína) através dessa técnica. Apesar da complexidade, esse estudo abriu caminho para Watson e Crick trabalharem com o ADN. Eles descobriram a estrutura helicoidal dupla do ADN, marcando o início da bioquímica moderna. Hoje, o uso de computadores e algumas inovações experimentais permitem estudar enzimas, proteínas e ácidos nucléicos de modo mais fácil, desvelando assim os princípios do funcionamento no nível básico da vida

Texto disponível em: http://www.ime.usp.br/~cesar/projects/lowtech/vinc/breve.html, Acessado em: 24/10/2010

Biologia

          Feche os olhos e pense: O que é ser biólogo? Se a imagem que veio em sua cabeça foi a de um professor de citologia da oitava série, você ainda não sabe a dimensão da atuação da biologia frente às transformações da ciência no século XXI. Aliando seus conhecimentos na área de saúde e meio ambiente, a biologia tem ganhado mais espaço na pesquisa, desenvolvimento e execução de projetos para o bem-estar da população. Com isso, a área foi uma das que mais cresceu nos últimos anos.
          Desde os primórdios da civilização, os biólogos têm sido responsáveis pelo descobrimento dos mistérios e segredos dos seres vivos. Porém, essa atitude fez com que a biologia se tornasse uma ciência um pouco distante do dia-a-dia das pessoas e passasse a ser encarada como uma área de atuação restrita aos professores e pesquisadores, idéia combatida pela maioria dos profissionais da biologia hoje.
          De acordo com o coordenador do curso de Ciências Biológicas da UFPR (Universidade Federal do Paraná), Marco Antônio Randi, essa visão que prevê a atuação do biólogo apenas como professor é comum, porém, equivocada. Randi afirma que, nos últimos anos, a biologia tem crescido significativamente e, dessa forma, tem ultrapassado as barreiras de outras áreas de conhecimento permitindo ao biólogo um campo profissional muito mais abrangente e ativo do que se propunha antigamente. "Muitas vezes as pessoas pensam no curso de biologia como um curso de contemplação da natureza. Mas não é bem assim. O curso de biologia é um curso que pretende que o profissional interprete todos os eventos e fenômenos relacionados a vida de uma maneira geral",diz. 
         Nesse sentido, o estudante que pretende seguir a carreira de biólogo deve estar atento às problemáticas que o aguardam logo nos primeiros anos de sua graduação e também, deve estar preparado para as matérias que deverá dominar para que consiga se sair bem ao longo do curso. "O biólogo deve ter conhecimentos fundamentais de química, física e matemática. Afinal a biologia é uma tradução de química e física, uma vez que as manifestações biológicas acontecem do resultado das manifestações e das interações que acontecem entre as moléculas", explica Randi.
  Disponível em: http://ww1.universia.com.br/carreira/materia.jsp?materia=2071, acessado em: 24/10/2010

O biólogo e o mercado de trabalho

          Randi afirma que a formação do biólogo cada vez mais engloba um número maior de fatores, porque ele é um profissional que vai atuar em diferentes mercados de trabalho. Nesse caso, o profissional deve manter-se constantemente atualizado, visto que essa diversidade em seu campo de atuação faz com que, muitas vezes, ocorra uma competição com profissionais de outras áreas de conhecimento. "Acho que o bom profissional sempre terá lugar no mercado. Para isso, precisa estar sempre estudando, além de manter-se constantemente atualizado. Isso não se aplica apenas a biologia, mas a todas as profissões", diz.
          Em relação ao perfil do biólogo, Randi diz que o fato da biologia ser uma área muito abrangente - podendo ser aplicada aos mais específicos ramos da ciência, como a genética, meio ambiente e questões da saúde - impede que seja traçado um perfil específico do profissional. "O biólogo pode fazer a análise do impacto ambiental em uma termo elétrica no litoral do Paraná, como também, a análise do efeito da água que acumula atrás da geladeira na criação de mosquitos da dengue. São áreas diversas, então não há como traçar um perfil clássico do biólogo", conta.
           Como conselho aos estudantes que pretendem ingressar no ramo da biologia, Randi reforça a idéia de que a ciência não significa mera observação. Segundo ele, a biologia permite o estudo de todos os serves vivos como também do interior do próprio organismo. Nesse sentido, o biólogo deve ter em mente que seu trabalho estará inteiramente ligado ao descobrimento e a inovação. "A biologia não é contemplativa é uma ciência muito mais investigativa. Se você pretende ser biólogo, não pode ter medo de ousar, descobrir, investigar", conclui. 

Texto disponível em: http://ww1.universia.com.br/carreira/materia.jsp?materia=2071

Biólogo: o profissional de diversas funções.

Dentro das áreas da Biologia, o Biólogo pode trabalhar em diversas funções. Segundo o Conselho Federal de Biologia (CFB), o biólogo pode ser professor, consultor, administrador de parques, reservas e estações biológicas, curador de acervos biológico, diretor de museus e instituições culturais e científicas, técnico de biologia em organizações não-governamentais ou empresa além, é claro, de pesquisador nos diversos campos da ciência. Como biólogo, você pode também trabalhar em órgãos públicos como Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama), Ministério do Meio Ambiente, em secretarias, laboratórios e outras instituições ligadas à pesquisa e ao ensino.

No serviço público de algumas Unidades Federativas, o Biólogo está enquadrado funcionalmente na categoria/cargo de Biólogo; ele recebe outras denominações: Biologista, Professor, Docente, Agente de Saúde, Sanitarista, Técnico, Laboratorista, Pesquisador, Analista e outros. Estas categorias têm como condições essenciais para o exercício profissional: ser portador de Diploma Superior na Área das Ciências Biológicas e estar devidamente inscrito no Conselho Regional de Biologia e em dia com suas obrigações perante o mesmo.

O exercício da profissão exige dupla habilitação: a Técnico-científica e a Legal. A habilitação Técnico-científica é expressa através da comprovação da capacidade intelectual do indivíduo, pela posse do diploma fornecido pela Autoridade Educacional e pelo currículo efetivamente realizado. A Habilitação Legal cumpre-se com o registro profissional no Órgão competente para a fiscalização de seu exercício; no caso dos Biólogos, o Conselho Regional de Biologia de sua jurisdição. Ao profissional devidamente habilitado, cabe-lhe perante as Leis do País, três níveis de responsabilidade: Civil, Trabalhista e Ético-Profissional. A Responsabilidade Trabalhista, os Sindicatos e à Responsabilidade Técnica, os Conselhos Regional e Federal de Biologia, para os profissionais regularmente registrados.

Para ser um bom profissional da área, você biólogo dever ser observador, ter senso crítico, capacidade para o ensino e pesquisa, compromisso com a conservação da biodiversidade e habilidade para diagnosticar e problematizar questões inerentes às Ciências Biológicas. É por essa característica que os profissionais da Biologia são bem requisitados no mercado de trabalho. O nicho de atuação do biólogo está em expansão, principalmente, nas áreas de biotecnologia e ambiental. 

Redação Portal Educação. Disponível em: http://www.portaleducacao.com.br/biologia/artigos/1436/biologo-o-profissional-de-diversas-funcoes