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terça-feira, 29 de março de 2011

Descobertos na Amazônia

      A organização ambientalista internacional WWF (World Wide Fund for Nature) lançou um relatório que faz uma extensa compilação das mais de 1.200 novas espécies de animais e vegetais descobertas na Amazônia na última década.
         Segundo o estudo, intitulado "Amazon Alive!" uma nova espécie foi descoberta a cada três dias na região entre 1999 e 2009.
         Os números comprovam que a Amazônia é dos lugares de maior biodiversidade da Terra: foram catalogados 637 novas plantas, 257 peixes, 216 anfíbios, 55 répteis, 39 mamíferos e 16 pássaros.
         "O volume de descobertas de novas espécies é incrível - e isso sem incluir o grupo dos insetos, onde as descobertas também são muitas", afirma a coordenadora da WWF no Brasil Sarah Hutchison.
         "Esse relatório mostra a incrível diversidade da vida na Amazônia e por isso precisamos de ações urgentes para que essas espécies sobrevivam."

A rã Ranitomeya benedicta é uma dessas espécies descobertas. Seu habitat é a floresta úmida primária de terras baixas (várzea) nas cercanias de Iquitos


O Psychrophrynella illampu, encontrado em 2007 na Bolívia, é uma das 216 novas espécies de anfíbios descobertos na floresta amazônica nos últimos dez anos


A nova espécie de bagre Phreatobius dracunculus, encontrada em Rondônia, vive basicamente em águas subterrâneas. O peixe foi descoberto em poços artesianos


A tarântula Pamphobeteus grandis, encontrada no Amazonas e no Acre, chama a atenção por sua coloração lilás. O gênero Pamphobeteus engloba algumas das maiores aranhas do GÊNERO


WWF observa que a Amazônia abriga 30 milhões de pessoas e uma em cada dez espécies conhecidas. Na foto acima, a rã Osteocephalus castaneicola


O falcão críptico (Micrastur mintoni) foi descoberto em 2002 no Estado do Pará. Pouco se sabe sobre a espécie, mas acredita-se que haja um grande número deles


O sagüi-do-rio-Acari (Mico acariensis) está entre os 39 mamíferos catalogados. O animal, descoberto em 2000, tem 24 cm de altura e pesa apenas 420 g


A Martialis heureka, conhecida como 'formiga de Marte'é outra descoberta. Ela tem até 3 milímetros de comprimento, grandes mandíbulas e não possui olhos


Na foto, a rã Hypsiboas liliae, mais um achado amazônico


A Eunectes beniensis é conhecida como Sucuri da Bolívia e pode ter até quatro metros. Inicialmente, ele foi classificada como um híbrido entre duas espécies de sucuri


Descoberta na Guiana Francesa em 2000, a aranha Ephebopus cyanognathus chama a atenção pelas presas azuis em contraste com o corpo marrom


Opeixe Compsaraia samueli foi descoberto em 2008 no rio Tocantins

O Apistogramma baensch está entre as 257 espécies de peixes descobertas nesses 10 anos. A Amazônia abriga a maior variedade de peixes do mundo

Segundo a WWF, 17% da floresta amazônia já foi destruída. Na imagem, o lagarto Anolis cuscoensis, descoberto na amazônia peruana



Fonte: Ultimo Segundo - IG.com / BBC / WWF

Floresta Amazônica

Localização: A Floresta Amazônica está localizada na Região Norte do Brasil, e possui uma área de cerca de 5,5 milhões de km². Fazendo parte de nove países: Brasil, Venezuela, Colômbia, Peru, Bolívia, Equador, Suriname, Guiana e Guiana Francesa, é a maior floresta tropical úmida do planeta e com a maior biodiversidade. No Brasil, a Amazônia Legal se estende por nove estados brasileiros: Amazonas, Pará, Roraima, Rondônia, Acre, Amapá, Maranhão, Tocantins e parte do Mato Grosso, representando mais de 61 % do Território Nacional.

O Amazonas é o maior estado da Amazônia e também do Brasil, com mais de 1,5 milhão de km². Muito maior que vários países da Europa como Portugal, Inglaterra, Holanda ou Alemanha, por exemplo.

Habitantes: A alta produtividade da várzea possibilitou uma povoação indígena densa à época da descoberta. As margens do grande rio abrigaram muitas aldeias com milhares de habitantes. A densidade populacional alcançava 14,6 pessoas por quilômetro quadrado. Os ribeirinhos cultivavam milho e mandioca no rico solo aluvional, coletavam arroz selvagem e usufruíam de pesca rica. Estes índios tinham uma organização de classes sociais e utilizavam trabalho de escravos.

Aspecto da vegetação: No Pleistoceno o clima da Amazônia variou entre frio-seco, quente-úmido e quente-seco. Na última fase frio-seca, há cerca de 18-12 mil anos, o clima da Amazônia era semi-árido, e o máximo de umidade ocorreu há 7 mil anos. Na fase semi-árida predominaram as formaçòes vegetais abertas, como cerrado e caatinga, com "refúgios" onde sobrevivia a floresta. Atualmente o cerrado sobrevivem em refúgios dentro da mata.
"Pleistoceno"- O Pleistoceno ou Plistocénico é a época do período Neogeno da era Cenozóica do éon Fanerozóico que está compreendida entre 1 milhão e 806 mil e 11 mil e 500 anos atrás, aproximadamente.

O solo amazônico é bastante pobre, contendo apenas uma fina camada de nutrientes. Apesar disso, a flora e fauna mantêm-se, em virtude do estado de equilíbrio (clímax) atingido pelo ecossistema.

Abaixo de uma camada inferior a um metro, o solo passa a ser arenoso e com poucos nutrientes. Por isso e por conta da disponibilidade quase ilimitada de água, as raízes das árvores são curtas, e o processo de sustentação é feito também com base na escora das árvores umas nas outras.

A diversidade de espécies, porém, e a dificuldade de acesso às altas copas, faz com que grande parte da fauna ainda seja desconhecida.

Os grandes rios separam as espécies de mamíferos e aves. As matas alagadas estão localizadas nas proximidades dos rios, e têm características diferentes da mata de terra firme. O Clima na floresta Amazônica é EQUATORIAL, pois fica bem perto da linha do equador.

É contínua com a Mata Atlântica.
 
Referências:

Rafael Queiroz. A Floresta Amazônica. Disponível em:http://www.grupoescolar.com/materia/floresta_amazonica.html, acessado em: 29/03/2011  

HEPATITE NO ACRE - Entre 60% e 70% da população é portadora do vírus

As autoridades do setor de saúde estimam que varia de 60% a 70% o contingente da população do Acre portadora de hepatite. A região mais endêmica abrange os municípios de Feijó e Tarauacá, para os quais se estima mais de 80% da população como portadora do vírus. Isso não quer dizer que a doença tenha evoluído em todas as pessoas, mas para que se possa ter idéia da situação, temos em Rio Branco, a capital, Associação de Portadores de Hepatite com mais de mil filiados.
A realidade é assustadora no Acre, embora a hepatite permaneça fora de foco na política de saúde pública do país. O custo do tratamento de um portador de hepatite C, por exemplo, varia de R$ 6 mil a R$ 8 mil por mês, mas são raras as campanhas educativas e dificilmente os médicos solicitam de seus pacientes os exames que possibilitam o diagnóstico precoce da doença. São necessários de seis meses a um ano de tratamento com interferon peguilado para negativar a carga viral de um paciente com hepatite C.
Como cada ampola de interferon custa mais ou menos R$ 1 mil, na verdade o tratamento da hepatite C pode chegar a R$ 40 mil reais por cada paciente. O interferon peguilado, o mais caro, não é dado para todos os pacientes. Campanhas e diagnóstico precoce são as armas mais eficazes para combater a contaminação. No Acre temos muito mais hepatite B e D do que C, uma realidade diferente do resto do país.
Estou tocando neste assunto porque a Secretaria Estadual de Saúde está promovendo neste sábado, no Parque da Maternidade, em frente ao Terminal Urbano, o Dia de Conscientização da Hepatite. A campanha é realizada simultaneamente em 11 cidades brasileiras. O objetivo é alertar a população sobre a gravidade da doença, as formas de contágio, prevenção, e a importância do diagnóstico precoce e tratamento adequado.
A hepatite C, que passou a ser diagnosticada apenas a partir de 1989, já é um problema de saúde pública mundial. É uma epidemia silenciosa que já tem cerca de 200 milhões de pessoas cronicamente infectadas no mundo, sendo que, no Brasil, estima-se que sejam cerca de dois a três milhões. O contágio da doença ocorre apenas por contato sanguíneo. Casais monogâmicos que mantém relação de fidelidade e praticam sexo vaginal não têm indicação de modificar seus hábitos.
Os portadores de hepatite C não podem compartilhar utensílios pessoais e devem avisar barbeiros, manicures, farmacêuticos, dentistas e outros profissionais da saúde ou que manipulem agulhas ou cortantes, que são portadores de hepatite C. É nesses ambientes que as pessoas ficam mais expostas ao contágio.
Uma pessoa só pode afirmar que não é portadora de hepatite C, por exemplo, após exame de sangue específico. A doença é muito perigosa porque raramente apresenta sintomas e pode destruir o fígado lentamente. Juntamente com o alcoolismo, é a principal causa de cirrose hepática e de transplantes de fígado no mundo, podendo também causar câncer primitivo de fígado.
A maioria dos portadores desconhece sua condição porque a doença costuma evoluir silenciosamente, sem apresentar nenhum sintoma. A comunidade também desconhece a gravidade da doença, uma vez que a hepatite C compete injustamente com uma outra doença, igualmente gravíssima, mas muito mais conhecida: a AIDS. Esta recebe do governo brasileiro, atualmente, 13 vezes mais investimentos para campanhas educativas do que as hepatites. Além disso, o custo dos medicamentos para portadores são mais elevados e o fornecimento dura a vida toda.
Poucos sabem que a hepatite C contamina sete vezes mais brasileiros do que a AIDS e, por isso, mata mais. Dados recentes nos Estados Unidos sugerem que no último ano a mortalidade anual decorrente da hepatite C (através da cirrose ou do câncer) – cerca de 10.000 óbitos - já superou a mortalidade anual pela AIDS. É possível que isto esteja ocorrendo também no Brasil, embora não haja dados oficiais.
Doutor Tião Viana
Estou tocando neste assunto porque há três dias comecei a ler a tese de doutorado do médico e senador Tião Viana, de 175 páginas, cujo tema é "Estudo Soroepidemiológico das Hepatites B e Delta na População de Doze Municípios do Estado do Acre, Brasil". A tese foi apresentada, em 2003, ao programa de Pós-graduação em Medicina Tropical do Núcleo de Medicina Tropical da Universidade de Brasília, para obtenção do título de Doutor em Medicina Tropical. Área de concentração: Clínica das Doenças Infecciosas e Parasitárias.
A hepatite D é conhecida também como Febre Negra de Lábrea, uma doença fatal, conhecida pelos moradores locais, desde a década de 30 do século XX. A doença já vinha sendo estudada por expedições esporádicas organizadas pelo Instituto Evandro Chagas de Belém do Pará, em parceria com a Fundação Rockfeller. Em 1972, Aluízio Prata e colaboradores relataram um caso de Febre Negra, visto em Lábrea, de uma criança do rio Purus, na Revista da Sociedade Brasileira de Medicina Tropical. Desde então as atenções sobre a Febre Negra passaram a ocupar o interesse do grupo de tropicalistas da UnB.
O Acre e a Bahia são os dois únicos estados onde o SUS cobre prontamente as despesas do tratamento de portadores de hepatite. E nesta conquista estão as mãos do médico Tião Viana. Lamento não dispor de algum link para sugerir download para leitura da tese de Tião Viana, um documento que todo acreano merece conhecer. Embora quase fora de contexto, eis as conclusões do médico:
"O inquérito soroepidemiológico realizado em doze municípios do Estado do Acre, precisamente nas áreas urbanas de Santa Rosa do Purus, Manuel Urbano, Sena Madureira, Feijó, Tarauacá, Jordão, Porto Walter, Marechal Thaumaturgo, Cruzeiro do Sul, Rodrigues Alves e Mâncio Lima, permitiu que se chegasse às seguintes conclusões:
1) a prevalência da infecção pelo vírus B da hepatite nos doze municípios estudados foi de 62,9% da população, no que tange ao marcador anti-HBc total, indicativo de infecção prévia;
2) a prevalência de portadores do VHB na região (AgHBs positivo) foi de 3,4%;
3) a prevalência do marcador sorológico anti-HBs, que indica infecção prévia resolvida ou conversão sorológica por estímulo vacinal prévio, foi de 31,2%;
4) a prevalência da infecção pelo vírus D da hepatite, em relação ao marcador anti-VHD total, foi de 1,7% das amostras estudadas;
5) o risco de infecção pelo vírus Delta, de acordo com o marcador anti-VHD total encontrado, foi 3,1 vezes maior entre os homens do que entre as mulheres. A faixa etária, o hábito de freqüentar o ambiente florestal e a escolaridade estiveram relacionados ao maior risco de ser portador do anti-VHD;
6) houve associação entre o grupo racial índio e o não-índio no que se relaciona à soroconversão para o anti-VHD total, sendo a razão de chances estimada em 3,45;
7) em cinco municípios, houve positividade para o genótipo F e em outros quatro, para o genótipo A;
8) nos municípios em que houve positividade para os genótipos A e F, os subtipos encontrados foram o adw2 e o adw4;
9) foi observada maior prevalência dos vírus B e D junto às populações residentes nas áreas geográficas que constituem os vales do Tarauacá e do Juruá;
10) constatou-se maior prevalência da infecção pelos vírus B e D na população localizada na região mais ocidental do Acre, área em que os indícios históricos sugerem as primeiras ocupações e mobilizações étnicas do Estado".

segunda-feira, 21 de março de 2011

Plano de Aula: Debate sobre fontes e geração de energia elétrica


Objetivos
- Conhecer a forma como a energia elétrica é gerada nos diferentes tipos de usinas.
- Analisar os prós e contras da utilização de diferentes fontes de energia, considerando impactos ambientais, econômicos e sociais.
- Exercitar a prática do debate, elaborando argumentos favoráveis e contrários a utilização de cada uma das fontes de energia que podem ser utilizadas no processo de geração de energia elétrica.
Conteúdos
- Processo de geração de energia elétrica com base na Lei de Faraday.
- Fatores ambientais, econômicos e sociais associados à utilização de diferentes fontes de energia, utilizadas no processo de geração de energia elétrica.
Anos
8º e 9º
Tempo estimado 10 aulas.
Material necessário:
- Multímetro, motor elétrico com ímãs ou bobinas de fio de cobre esmaltado e ímãs, pilhas,(opcional para a demonstração de como a energia elétrica é gerada)
- livros sobre geração de energia elétrica, vídeos e animações sobre o processo de geração e distribuição de energia elétrica.
Desenvolvimento
1ª etapa
Inicie os trabalhos discutindo com os alunos a notícia veiculada nos meios de comunicação no último dia 03 de fevereiro,  na qual foi abordada a potência energética, que atingiu o seu valor máximo nos últimos anos, devido ao grande consumo de energia nos equipamentos de ar condicionado e na indústria. Você pode demonstrar aos alunos como a energia elétrica pode ser gerada, a partir da movimentação de um ímã próximo a uma bobina. Se tiver um motor elétrico com ímã, desses encontrados em brinquedos, você pode utilizá-lo como gerador. Para isso, ligue os fios nos terminais do multímetro (na função de voltímetro) e gire o eixo do motor. O multímetro indicará a geração de energia elétrica. Se não tiver um motor, utilize uma bobina feita com fio de cobre esmaltado (você pode encontrar essas bobinas dentro de carregadores de celular). Para isso, ligue as pontas da bobina nos terminais do multímetro (na função de voltímetro) e aproxime e afaste o ímã rapidamente do centro da bobina. O multímetro indicará a geração de energia elétrica.
2ª etapa
Pesquise com os alunos como funcionam os diferentes tipos de usinas (hidrelétrica, termelétrica, termonuclear e eólica, entre outros). Procure enfatizar que em todos eles o processo de geração de energia elétrica é o mesmo: um gerador é acionado e gera energia elétrica. O que muda em cada tipo de usina é a fonte de energia utilizada para acionar o gerador. Busque animações e vídeos que expliquem o funcionamento desses tipos de usinas. Alguns links interessantes que você pode conferir estão listados a seguir.

Fontes Alternativas de Energia
Como funciona a energia nuclear
Como funciona a energia eólica
Energia Eficiente: animações e jogos educacionais
Eletricidade: entre o quente e o frio
Eletricidade: eletricidade e água
3ª etapa
Pergunte aos alunos qual é a melhor forma de se gerar energia elétrica: a partir da energia das águas represadas (hidrelétrica), da queima de combustíveis fósseis (termelétrica), da energia liberada na fissão nuclear (termonuclear) ou da energia obtida dos ventos (eólica)? Para responder essa questão, eles devem saber antes quais são os critérios que deverão ser considerados. Do ponto de vista econômico, por exemplo, as usinas termelétricas são uma das melhores formas, uma vez que utiliza um combustível muito barato (carvão mineral) e podem ser instaladas em qualquer lugar. No entanto, do ponto de vista ambiental, essas usinas são muito poluentes e liberam na atmosfera o carbono que estava aprisionado na crosta terrestre há milhares de anos. Procure enfatizar que em todas as formas de geração de energia há pontos a favor e contra, conforme os critérios que se leva em consideração.
Peça que os alunos pensem no seguinte cenário: se eles fossem os responsáveis pelo setor energético do Brasil e havendo a necessidade de aumentar a geração de energia elétrica, como eles fariam essa ampliação levando em conta fatores ambientais, econômicos e sociais? Peça que eles se organizem em grupos, conforme o tipo de usinas que acham que é a mais indicada. Informe-os que eles farão um debate, como se estivessem defendendo o investimento no tipo de usinas que eles estão defendendo. Nesse debate, eles precisarão ter dados e informações para defender a sua usina e apontar por que os outros tipos não são os mais indicadas. Faça um cronograma para organizar o tempo que cada equipe terá para pesquisar essas informações e quando será o debate.
4ª etapa
Para repertoriar a turma sobre as diferentes formas de debate presentes na mídia e como um debate se desenvolve, peça que ouçam alguns debates sobre diferentes temas (você pode encontrar debates no site da CBN ou que assistam aos debates esportivos transmitidos por alguns canais de televisão nas noites de domingo. Oriente os alunos que eles não devem se prender ao tema que está sendo debatido, mas sim na forma como cada participante apresenta suas informações e seus pontos de vistas, de que forma utilizam informações apresentadas por outros para defender a sua posição, que estratégias utilizam para desacreditar os outros participantes. Procure destacar também a importância de se haver regras em um debate, para que todos tenham tempo de expor suas idéias de forma clara e organizada (e não da forma como ocorrem nos programas esportivos e alguns debates políticos).
5ª etapa
Organize o debate de forma que todas as equipes tenham os mesmos tempos para apresentar a defesa do seu tipo de usina. A seguir, cada equipe poderá apontar os problemas que encontraram para os outros tipos de usinas. Cada equipe deve apresentar a defesa dos pontos destacados. Durante o debate, organize na lousa os argumentos apresentados em defesa ou contra a utilização dos diferentes tipos de usina.

6ª etapa
Após todas as equipes apresentarem suas informações, verifique na lousa se algum dos argumentos apresentados não foi respondido. Ao final do debate, peça que os alunos observem o registro na lousa e, com base nessas informações, decidam qual dos tipos de usinas escolheriam. Ressalte que a decisão deve ser com base somente nos argumentos apresentados.

Avaliação
Verifique, durante o debate, como os alunos reagem quando suas idéias são questionadas. Observe se os alunos conseguem transformar as informações que pesquisaram em argumentos de defesa e ataque aos diferentes tipos de usinas.

Desastre nuclear do Japão terá consequências políticas duradouras


     No meio de tantos desastres naturais que tem assolado diversos povos nos quatro cantos do mundo, o terremoto e tsunami no Japão terão consequências duradouras. A luta para evitar uma catástrofe nuclear e a radioatividade que se espalha sobre a central de  Fukushima tem levado o Japão --, e uma série de outros países --, a questionarem os fundamentos de suas decisões econômicas e o funcionamento de suas instituições políticas.
     As perguntas da imprensa japonesa e ocidental atingem toda a hierarquia de responsabilidades civis e políticas. Como os construtores de Fukushima não previram que, depois de um terremoto, poderia ocorrer um tsunami e uma pane dos sistemas elétricos de resfriamento desta central litorânea? Quais foram os expedientes empregues pela Tepco (Tokyo Electric Power Company) --, concessionária de Fukushima e maior operadora de centrais nucleares do Japão --, junto ao governo e os organismos de controle japoneses, para entregar relatórios falsos e ocultar problemas que vem ocorrendo há anos nos seus reatores? Até onde irá o descrédito que envolve as ações do governo parlamentarista japonês?
     "O Japão nunca experimentou um teste tão sério e ao mesmo tempo há uma crise de liderança" no país, declarou ao "The New York Times" o cientista político Takeshi Sasaki, da Universidade de Gakushuin (Tóquio).
     Depois do primeiro choque do petróleo, em 1973-1974, altos funcionários e grandes empresas, enveredaram o país na construção de centrais nucleares, sob o argumento de que a energia atômica se apresentava como a única garantia para a independência econômica do Japão. Nenhuma discussão nacional ou debate parlamentar pautou a empreitada.
     A mesma precipitação ocorreu na mesma época em outras democracias e, em particular na França, como explica a revista parisiense "L’Express". O país conta hoje com 58 reatores que produzem 75% da matriz energética francesa, a maior porcentagem desta ordem registrada no mundo.
     O acidente de Tchernobil (1986) foi largamente atribuído à burocracia autoritária e à ineficácia da economia comunista que prenunciava o desabamento da União Soviética. Agora, os desdobramentos do desastre de Fukushima, mostram que os regimes democráticos do Japão e do Ocidente falharam ao esquivarem-se de uma reflexão aprofundada e transparente sobre os riscos da energia nuclear.
     Desde já, pode-se observar que desta vez o debate sobre o assunto irá muito além das manifestações meio folclóricas dos movimentos antinucleares. Nos Estados Unidos, onde um quarto das 104 usinas nucleares do país tem as mesmas características básicas que os reatores de Fukushima, fabricados pela General Electric, o presidente Obama anunciou um plano de "reexame completo" da segurança nuclear do país. Um artigo do "Washington Post" conta como todo o aparato lobista da indústria nuclear americana já se movimenta para tentar neutralizar a oposição que cresce no Congresso contra o uso da energia atômica.

Luiz Felipe de Alencastro

Luiz Felipe de Alencastro, cientista político e historiador, é professor titular da Universidade de Paris-Sorbonne, na França